sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Renovação Corporativa

 

INAMICAS DA RENOVAÇÃO CORPORATIVA.
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A renovação/ avivamento é uma obra de Deus pela qual a igreja é adornada e capacitada de maneira que as normas operacionais do Espirito Santo são intensificadas. As operações normais do Espirito Santo são: 1. Convicção do pecado (Jo. 16.8). aprovação e seguranca da graça do amor do Pai ( Rm. 8.15-16). Acesso a presença de Deus (Jo. 16:8). 2. Apropriação e segurança da graça e do amor do Pai (Rm 8,15-16). 3. Acesso a presença de Deus (Jo. 14.21-23, 1Co 3.17-18).

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Esta perspectiva difere das três mais comuns: 1. A noção carismática que o avivamento basicamente como uma adição de operações extraordinárias do Espirito Santo (milagres, curas, profecias, revelações). Ou em outras palavras, quanto mais espetaculares são os dons do Espirito, mais são enfatizados e buscados. 2. A posição popular fundamentalista que o avivamento é simplesmente uma estação de maio vigor e atividade evangelística. Um avivamento é uma cruzada evangelística ou uma missão numa cidade. 3. A posição popular liberal que vê o avivamento como um dos eventos primitivos de catarse emocional ocorrendo entre pessoas não educadas que são sujeitas a manipulação psicológica por parte dos evangelistas.
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O que segue é explorar as maneiras de trazer o evangelho a uma igreja, e assim o avivamento e renovação. Temos dito, anteriormente, que há duas condições para o avivamento ocorrer na vida de uma igreja.
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O eixo do amor

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quando uma igreja entende que o evangelho mesmo , através da compreensão enfática e equilibrada tanto do amor quanto da santidade de Deus, que resulta em sua graça por nós ao dar seu Filho para morrer na cruz.
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O Eixo teologia-espiritualidade/

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quando a igreja brinda uma ênfase equilibrada entre a santa doutrina e a experiência da presença de Deus.
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Temos visto que a primeira condição nas dinâmicas de renovação individual, agora, veremos a segunda condição.
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Teologia e Espiritualidade
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O primeiro fundamento para a renovação espiritual é uma sã doutrina, já que o evangelho é verdade. A menos que a verdade esteja intacta e seja compreendida plenamente, não se pode gozar de seu efeito renovador. A doutrina bíblica é o instrumento normal pela qual o Espírito Santo regenera o coração – 1Pe 1:22-23, Rm 10:9,17- . Um milímetro desviado pode tirar do curso um foguete no espaço. De igual maneira, uma mínima distorção do evangelho pode resultar em patologias catastróficas na vida espiritual e intelectual. Paulo afirma com firmeza que ao menor desvio no evangelho significara que toda a fé estará perdida. Se coloca uma maldição sobre si se tentar inová-lo ou mudá-lo. Qualquer evangelho diferente, na realidade não é evangelho nenhum (Gl. 1:6-7)
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Contudo, aqui devemos ser cuidadosos. O evangelho está em perigo por qualquer troca das doutrinas cardiais da fé. Diferenças e erros em doutrinas secundarias: tais como o governo da igreja, batismo, dons espirituais, profecias, etc não são barreiras para a renovação. Deus enviou seus maiores avivamentos a Anglicanos, Presbiterianos, Batistas, Wesleyanos, pentecostais e muitos grupos que tem uma grande variedade de perspectivas acercas de muitos desses temas. Ainda que estes grupos diferem em tantos assuntos que outros consideram suas posições errôneas, Deus os abençoou. Portanto, uma perfeita precisão em doutrinas não é um pré-requisito!
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Entao, quais doutrinas devem ser cuidadas? As doutrinas cardiais. Quais são? São aquelas que em se perderem, se destrói a salvação pela graça. Lutero assinala isto em seu comentário sobre Galatas, que as heresias seriam aquelas que destroem a salvação pela graça. Ao longo dos anos, se tem ensinado que Jesus era apenas um homem, ou somente Deus. Que Deus é somente santo ou somente amor e misericórdia, que os seres humanos não são realmente pecadores ou não são imagem de Deus, que a morte de Jesus não foi substitutiva, que o novo nascimento e a obra do Espírito Santo não eram absolutamente necessárias, que Deus não faz milagres, de maneira alguma ocorreu a ressurreição e a Biblia não é realmente a revelação de Deus. Se se tivesse levando em conta estas opiniões, elas destruiriam a salvação pela graça, são um direto assalto e nós seriamos salvos por algo que criamos.
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Contudo, positivamente, a primeira condição para uma renovação espiritual é suster os ensinos básicos do Credo Apostolico e o evangelho mesmo. O Pai é santo e demanda santidade. Todos os homens são pecadores frente a Ele. Cristo na cruz tomou toda a ira de Deus pelo pecado e sua vida foi preparada como um registro perfeito de justiça para todos os que crerem. Por meio da fé e nenhuma obra ou esforço próprio, uma pessoa pode obter perdão de seus pecados e ser tratado como alguém perfeitamente justo por Deus. Deus trata aos pecadores crente como se houvessem obedecido e sofrido tudo que JEsus obedeceu e sofreu. Deus cobrou de Jesus a conta que nós merecíamos, e nos trata como Jesus merece.

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Sem esta simples mensagem, a renovação não pode ocorrer. Por exemplo, os unitários nunca tiveram um avivamento – nem o desejam ter. Mas, outro desequilíbrio doutrinal pode dificultar a renovação também. O liberalismo protestante tem solapado a idéia do pecado. Nos leva a estar tão seguros em nossa própria justiça que nem sentimos necessidade do sacrifício de Jesus Cristo. Por outro lado, o catolicismo romano tem uma opinião sobre o pecado de tal feita que conduz as pessoas a estarem inseguras acerca da sua justiça , que necessitam re-sacrificar continuamente para poder tratar com o pecado. Um lado se aparta radicalmente da perspectiva da graça, enquanto que o outro fica muito enfocado no pecado. Pode haver renovação tanto na igreja católica como nas tradicionais, somente quando as pessoas que as compõem buscarem e se moverem de acordo com as doutrinas bíblicas levantadas pela Reforma.
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Para que a sã doutrina seja uma condição para a renovação, estas doutrinas cardiais devem não somente serem cridas. Mas, dentro das igrejas que as colocam, a renovação é algumas vezes impedida devido a falta de atenção para estas mesmas doutrinas. É tão fácil enfatizar o minúsculo, mediante uma e supervalorização de algo bom mas pequeno, temas secundários: política, profecia, curas e dons espirituais como outros aspectos distintivos que diferenciam de outras denominações ou tradições. Quando isto acontece o resultado será uma ortodoxia morta. Veja o que se segue.
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Um mero entender a doutrina não é suficiente para garantir a vida espiritual (2Tm 3:5, 1Co 13:1,2, Ap. 2:2-4). Uma segunda condição para a renovacao é estar profundamente persuadido que a doutrina não é suficiente. O conceito acerca da precisão doutrinal conduz a uma ortodoxia morta. Ironicamente, este perfeccionismo doutrinal se converte em uma obra que substitui Jesus como salvador. O resultado é o orgulho espiritual. Pelo contrario, o que nos faz cristãos é a verdade aplicada a um coração iluminado espiritualmente (1TS 1:3-5).
Uma ortodoxia viva somente é alcançada quando o Espírito Santo abre os olhos do coração e transmite uma visão do verdadeiro Deus e da real condição humana. Esta visão transforma a direção da vida.
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Esta luz divina e espiritual é ...um verdadeiro sentido da excelência divina das coisas reveladas na palavra de Deus e uma convicção da verdade e a realidade que surgem daí...Há um conhecimento duplo do bem pelo qual Deus faz a mente do homem capaz. O primeiro, que é meramente cognoscivo...e o outro que consiste em sentir do coração, quando o coração é sensível ao prazer e deleite da presença desta idéia. O primeiro se exerce meramente no..conhecimento da distinção da disposição da alma. Desta maneira há uma diferença entre ter uma opinião de que Deus é santo e gracioso, e ter um sentido do amor e da beleza desta santidade e graça. Há uma diferença entre ter um juízo racional de que o mel é doce e ter uma sensação desta doçura. Um homem pode ter o primeiro por conhecer como sabe que é o mel, mas um homem não pode ter o segundo a menos que tenha em sua mente a experiência de provar o mel.
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De igual modo, uma igreja deve ter corporalmente um profundo sentido da possiblidade e necessidade da presença de Deus caindo sobre nós, ao adorar, testificar ou ensinar. Tanto um cristão como uma igreja deve saber que pelo Espírito Santo é possível experimentar realmente a Deus quando as verdades doutrinais são elevadas e irradiam (Ef. 1:8ss, Ef. 3:14-21).
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Aconteceram três grandes avivamentos em Gales. Em cada caso, o líder do avivamento tinha uma santa doutrina em seu ensino, encontrou que era incapaz de liderar um avivamento a mesmo que tenha experimentando pessoalmente e assombrosamente a realidade de Deus por meio da aplicação do Espírito Santo destas doutrinas em seus corações. Estas foram experiências com a verdade, mas foram experiências depois de tudo.
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Pelo visto, outra pré-condicao para a renovação é uma vida de oração consciente e disciplinada, porque que não é simplesmente passar o tempo em petições, mas uma busca pelo rosto de Deus, para conhece-lo. Deve haver um humilde reconhecimento de quão pouco de Deus temos experimentado e um crente desejoso por conhecer a Ele.
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Estas duas pré-condições não coexistem geralmente em uma igreja ou tradição. AS igrejas tendem a estar divididas em: aquelas que tratam de forçar uma adoração emocional que sempre demanda que Deus esteja presente , e aquelas cuja adoração é uma atividade cognitiva e que não espera que Ele se manifeste no meio delas.
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Se uma igreja não se encontra em uma dinâmica de renovação se deve analisar a condição em que ela se encontra. Como no físico, também existe no mundo espiritual um numero de patologias que entorpecem a saúde.

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a. Heterodoxia: o primeiro requisito para um avivamento é que as verdades bíblicas cardiais sejam cridas e suportadas pela igreja. Contudo, adverti que Deus tem enviado avivamentos a anglicanos, presbiterianos, luteranos, batistas, wesleyanos, pentecostais e muitos outros grupos com uma grande variedade de opiniões em muitos aspectos doutrinais. Portanto, para a renovação não é preciso ter uma doutrina perfeita em todos seus detalhes. Que queremos dizer com doutrinas cardiais. Como já colocamos na seção sobre a Teologia, “suportar os ensinos básicos do evangelho” estas são os ensinos centrais do Credo Apostolico e do evangelho mesmo. Como também já dissemos, sem esta mensagem básica o avivamento não é possível, e temos dado o exemplo dos unitários que nunca tiveram avivamentos.

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b. Ortodoxia morta: Há certas igrejas cujas doutrinas fundamentais são sustidas pela maioria das pessoas, mas o evangelho não é compreendido e nem revitaliza suas vidas. Lovelace escreveu:

"Muito do que temos interpretado como um defeito da santificação em membros de igrejas realmente é o resultado de uma perda de peso na doutrina da justificação. A importância deste princípio não pode ser inferiorizado. É um grave erro pensar que as congregações mortas simplesmente necessitam ser mais santificadas quando em realidade não compreendem o evangelho. Os cristãos que já não estão seguros em Deus, que Ele os ama e aceita em Jesus, disparte de seus feitos espirituais presentes são, na realidade, pessoas que tem uma radical insegurança inconscientemente".

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A ortodoxia morta converte a igreja em uma teia religiosa onde as pesoas necessitadas se congregam semanalmente para que as diga que estão bem. Sua religiosidade é desenhada para não necessitar depender de Cristo como seu verdadeiro salvador. Há vários tipos básicos de ortodoxia morta.
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Em primeiro lugar, existe o tipo legalista. Este se encontra geralmente em igrejas conservadoras, independentes. Se ajustam a códigos de conduta. Necessitam ouvir que estão no caminho correto e que os liberais estão errados. Para além de sua fé intelectual no evangelho, na vida prática esperam ser justificados por sua exatitute teológica e sua obediência aos códigos e regras.
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Em segundo lugar existe a variedade da igreja de poder. Neste tipo, as pessoas são desafiadas a ver Deus através de milagres mediante sua fé e sujeição. O grau de subserviência e fé chega a converter-se de uma maneira que estas pessoas se sentem justificadas frente a Deus. Se sentem confusos quando as curas e as respostas às orações não acontecem, crêem, então, que a fé não foi suficiente. As pessoas nunca estão seguras se estão se sujeitando o suficiente.
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Em terceiro lugar, existe o tipo sacerdotal em que as pessoas dominadas pela culpa são tranqüilizadas pela beleza da forma litúrgica. A musica, arquitetura e fineza estética dos cultos ajudam as pessoas a sentir-se efêmeras acerca de Deus.
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Em quarto lugar, está a variedade presunçosa que geralmente se encontra nas igrejas históricas, onde a maioria das pessoas crêem nas verdades bíblicas básicas, mas, cujas consciências são apaziguadas por um Deus é demasiado perdoador para castiga as pessoas boas que fazem coisas boas pelos necessitados.
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Nada do que temos dito anteriormente deve ser interpretado como uma negação da importância da: a. retitude teológica, b. adesão a uma ética cristã de pureza, c. orar em fé por grandes coisas e cura, d. a importância de uma adoração vibrante, e. a necessidade de ajudar os pobres. Contudo, em todos os exemplos, quando estas coisas se convertem em substitutos de Cristo, se transformam no que os puritanos chamavam de obras mortas. Essencialmente, as primeiras formas enfatizam a lei sem a graça e as duas ultimas a graça sem a santidade de Deus. De qualquer forma, o evangelho se perde na pratica.
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Marcas de uma ortodoxia morta
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Estas são algumas marcas da ortodoxia morta, especialmente aqueles do tipo legalista – ainda que algumas podem ser encontradas em outras. Algumas são:
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1. Uma ênfase desmedida em defender a verdade em lugar de propraga-la. A ênfase está em atacar as falsas opiniões, não em ganhar os perdidos para cristo. Se busca com arrogância a quem não sustem as perspectivas corretas.
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2. Forte e até uma feroz oposição a trocar o programa e o estilo de adoração. O que as pessoas chama de sentir a Deus geralmente é um sentimento de segurança (sentimentalismo) que vem de praticar formas e procedimentos familiares ou conhecidos.
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3. Muitas vezes há um desejo de escutar mensagens inspiradoras e gerais, mas, que não incomodem em nada. Existe uma lei não escrita de que o pastor deve ser agradável e que não deve ofender em nada. Por outro lado, nas igrejas de poder pode acontecer o outro extremos, o pastor deve ser muito autoritário e manipulador.
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4. Um tendência a fofoca e ao hipercriticismo As diferenças não podem ser discutidas com amor. Atitudes defensivas que criam pelejas amargas. A única maneira que a igreja trata com isto é se fechando ou suprimindo os desacordos.
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5. Uma aversão pela saudável desordem que cria o avivamento ou a renovação. Tanto a tradição ou o pastor ou um líder chave devem estar no controle. Algumas vezes existe uma oposição a qualquer tipo de emoções. Durante os tempos de avivamento, as pessoas se sentem muito motivadas a pertencer ao ministério e a adoração que se apresenta como um tipo de desordem divina que deve ser tratado.
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6. Uma apatia em acreditar em possibilidade gloriosas. Se sentem incapazes por esperar ou acreditar que certas classes de pessoas podem transformar-se ou não se tem uma visão por um impacto na comunidade. Miopia na planificação que provem da condição que somente podemos conseguir aquilo para o qual temos recursos humanos visíveis.
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7. Pouca discussão acerca das experiências espirituais, sobre Deus, crescimento em amor, tentações e outras coisas como estas. Se objeta qualquer auto exame ou ajuste de contas para o crescimento na graça e caminhar com Deus.
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8. Total concentração nas necessidades e preocupações dos membros e sobrevivência da instituição (a igreja). Falta de desejo e intento por alcançar o mundo.
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9. Carência de mobilização dos membros. Existe um consenso e expectativa de que o pastor deve fazer virtualmente todo ministério.
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10. Forte ligação as formas culturas e costumeiras, tipos de musica e estilos de vestimenta e maneiras de falar como regras não escritas de conduta, quase inconscientes definindo o que seria um crente maduro
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A ortodoxia morta é na realidade um esforço por ressuscitar leis cerimoniais- como as regras descritas por Moises da pureza ritual- que faz com que as pessoas se sintam aceitas por Deus.
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No livro de Galatas, lemos sobre o debate que tiveram Paulo e Pedro sobre a continuidade da validez as leis cerimoniais. No antigo testamento, haviam leis morais que delimitavam nossa conduta. Assim mesmo, existiam leis cerimoniais: regras sobre o que era limpo ou não. Isto tinha a ver com as comidas, vestes, enfermidades, sacrifícios, lavagens e outros ritos de purificação cerimoniais. Estas eram regras para a aproximação, desenhadas para mostrarmos nossa inabilidade para poder chegarmos a presença de Deus a menos que sejamos santificados. Contudo estas regras não podiam nos fazer aceitáveis para Deus. Basta olhar o livro de Hebreus para entender isto. Sem embargo, os judeus chegaram a confundir as leis cerimoniais com as leis morais. As viam como um meio para poderem ser aceitáveis a deus, como uma maneira de salvação.
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Paulo foi o primeiro pilar da igreja do primeiro século que compreendeu plenamente as implicações do evangelho pela lei de Moises. 1. Em primeiro lugar se deu conta que as leis cerimoniais foram satisfeitas em Cristo, que Cristo agora nos fazia santos e sem manchas (Cl.1:22-23)- limpos e aceitáveis ante a presença de Deus. Portanto, tais regramentos para os alimentos e vestimentas que outros judeus desejavam continuar usando como parte de sua cultura, não deviam ser impostas aos crentes gentios. 2. Em segundo lugar, a lei moral segue sendo a obrigação do povo de Deus. Contudo, ao obedecer a lei não é um modo de salvação, mas, resultado da gratidão e divida para com aqueles que nos salvou.

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As ortodoxias mortas são os esforços modernos para ter o que os judaizantes de Galatas intentavam fazer. Queriam complementar o evangelho por meio da sustentação de formas culturais especificamente desenhadas para ajudar as pessoas a sentirem-se aceitas por Deus ao conformarem-se a estas regras e um sentimento de superioridade sobre aqueles que não se conformavam da mesma maneira. Paulo via isto como a destruição do evangelho e sua liberdade e poder. Ele escreveria o mesmo hoje as igrejas que são extremamente ortodoxas.

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Ortodoxia defeituosa
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Este um resumo de Lloyd-Jones. Se refere àquelas igrejas que são ortodoxas com alguns sinais de vida nascida do evangelho, contudo, onde o avivamento e a renovação são impedidos por alguns defeitos que ele descreve:
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1 ultra-intelectualismo: esta é uma tendência a simplesmente ensinar as doutrinas e o evangelho em uma maneira superficialmente abstrata ao invés de prega-las e aplica-las aos corações de uma maneira pratica. Uma igreja pode apontar inteiramente seu ministério ao intelecto antes que ao coração. Seu orgulho acerca de ter uma doutrina santa é a evidencia para os de fora.
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2 Falta de um balanço doutrinal: uma igreja e/ou um pastor podem estar demasiadamente absorvidos por um das doutrinas não cardiais. Pode ter ensino demasiado e ênfase na profecia ou na escatologia, ou em certos tipos de preocupações sociais ou sobre dons espirituais, tudo isto pode impedir o avivamento. Outra forma de fazer o mesmo é a tendência de algumas igrejas em enfatizar seus distintivos doutrinais sobre os novos crentes desde cedo.
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3 Muita preocupação com as mecânicas, organizações e instituições. Uma igreja pode por suas esperanças em certos tipos de programas, campanhas ou tipo denominacional ou alguns métodos ou estilos. Adverte-se não colocar sua esperança em notas de receitas para o crescimento da igreja antes de saber que Deus está presente no meio de sua comunidade.
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4 Pecados cômodos: certas pessoas, famílias, e até mesmo o pastor pode ser demasiadamente tolerante com praticas pecaminosas que tiram a vitalidade espiritual de toda a congregação. Casos que deveriam receber disciplina, mas, que não acontece, desalentam a congregação. O mesmo pastor pode simplesmente estar cheio de temores ou ocultando pecados secretos que o impedem de conduzir o povo de Deus.
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Nesta altura já deve ser claro que tanto a ortodoxia morta como a defeituosa não são categorias claras. Mais bem são graus num espectro. Muitas congregações não estão totalmente mortas, contudo, tem uma mescla de defeitos e atitudes mortas com alguns sinais vitais.
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Emocionalismo
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Note: o emocionalismo é o que Edwards e outros teólogos do avivamento chamaram de entusiasmo. Poderia ser classificado como outra maneira de ortodoxia defeituosa. Geralmente, se vê isto em igrejas que não estão mortas e nem são heterodoxas. Contudo, a diferença com o ultra-intelectualismo, o emocionalismo aberto cai no autoritarismo com condicionantes de quase de cultos. Merecem sua própria categoria.
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As igrejas renovadas tem sido sempre criticadas desde a direita pela heterodoxia e a ortodoxia morta. A heterodoxia teme e desdenha as doutrinas fundamentais do avivamento enquanto que a ortodoxia morta teme e desdenha a ênfase na experiência e o alijamento de métodos tradicionais. Contudo, também existe normalmente um inimigo do avivamento que vem da esquerda. Esta é a forma religiosa do emocionalismo que vão aos extremos e perdem de vistas os fatores básicos do avivamento. A heterodoxia e a ortodoxia morta, então, argumentam que o emocionalismo é o fim lógico da renovação. O emocionalismo, contudo, é uma patologia. Por emocionalismo não nos referimos de nenhuma maneira ao nível de demonstração das emoções presente na adoração ou na comunicação. A emoção é algo perfeitamente normal na renovação. Soluços e sentimentos profundos são uma rotina. E algumas culturas e temperamentos expressam estas emoções de uma maneira mais demonstrativas, outros são mais reservados ou quietos. O emocionalismo, portanto, não é definido pelo grau das emoções. O que estamos falando é de uma orientação deformada do evangelho, onde a emoção se volta torna central absolutamente na pratica.
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Quando o emocionalismo se torna demasiadamente central.
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O emocionalismo esta marcado por métodos apontando diretamente para fermentar as emoções. Enquanto que a ortodoxia morta teme as emoções e os renovados as vêem como um necessário resultado, ainda que não seja a meta do verdadeiro avivamento, os emocionalistas o vêem como um fim em si mesmo, um absoluto sinal de que o Espirito está operando. Os melhores teólogos do avivamento- como Edwards- tem distinguido sempre entre os efeitos emocionais de uma verdadeira conversão e aquelas emoções forcadas e falsas.
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O emocionalismo geralmente crê que os fenômenos extraordinários – línguas, curas, profeciais, milagres- são essencais para uma renovação real. O escrito deste manual não é carismático nem tampouco anti-carismático. Por principio, não nego que em uma renovação real se incluam milagres. Somente desejo esclarecer – o que baseio na historia da igreja- que os avivamentos poderosos não são sempre acompanhados por milagres e sinais.
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O emocionalismo não se centra no evangelho. Tende ao legalismo (pessoas que se apóiam em suas experiências emocionais para comprovar sua aceitação com Deus) ou em um anti-nomianismo e heterodoxia (pessoas que crêem que a doutrina e a pratica importam pouco, sempre tem um tenha uma experiência com Deus).
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Sem o evangelho, a vida consome a ortodoxia ou a ortodoxia consome a vida. Por que? Porque sem o evangelho e a cruz , a lei de Deus cancelaria seu desejo amoroso de salvar-nos ou desejo amoroso de Deus de salvar-nos cancelaria sua lei. A verdade consumiria o amor ou o amor consumiria a verdade, a santidade e o amor de Deus não poderiam ser reconciliados. Contudo, no evangelho, sobre a cruz, estes dois se combinam e brilham gloriosamente. Portanto, há três maneiras pelas quais o cristianismo pode ser distorcido sem o evangelho.
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Heterodoxia viva- excesso emocional. Ênfase na experiência e algumas doutrinas não bem definidas ou alguma vontade para defini-las. A vida é coloca em competição com a doutrina, imaginação contra razão.
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Ortodoxia morta: excessiva ênfase no cognoscivo. Legalismo. A doutrina e ordem é

colocada contra a vida, a graça o amor e mistério.
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Heterodoxia morta: nem verdade, nem vida. A verdade e a vida sem tem consumido mutuamente. Existe um amor pela aceitação e altruísmo mas sem intensidade ou vida.

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fonte: Manual del plantador de iglesias - Timothy Keller e J. Allen Thompson - pp. 201-209

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